Já abordamos anteriormente por aqui a questão da compulsão alimentar, como ocorre, seus maiores danos e como interpretá-la no âmbito emocional e mental. Contudo, esse novo artigo busca abordar a questão Comida x Emoção em outra de suas facetas: já imaginou que um determinado alimento pode lhe deixar mais feliz e pleno(a)? Ou então, mais atento(a) e com a memória mais afiada?!
Pois é, será a partir desse outro tipo de relacionamento entre o comer e o sentir que vamos conversar agora. Por mais que o título e boa parte do artigo remeta a nossa análise ao termo ‘emoção’, como você já pôde perceber, também está incluso nesse contexto habilidades não emocionais, tal como memória, atenção, concentração etc. Então vamos lá…
“Embora a relação entre a comida e as emoções seja amplamente discutida, podemos defini-la como uma associação bidirecional. Os alimentos que você consome afetam as emoções e o comportamento, e estes afetam sua relação com a comida.”
É com esse parágrafo acima que se inicia um artigo da Discovery (nesse caso no site UOL – Discovery Mulher), que trata desse mesmo assunto que estou buscando aprofundar. Ou seja, esse relacionamento (alimento x emoções) é recíproco, tem uma “via dupla” de atuação: tanto de nós para com os alimentos, quanto dos alimentos conosco. Os efeitos (sensações, emoções etc) que eles nos geram, “alimentam” nossa necessidade e vontade em voltar a consumi-los Eles causam determinados efeitos que nos modificam e nos instigam/apetecem a repetir sua ingestão.
Como muito tem se visto na mídia em geral, alimentos que aumentam a produção do neurotransmissor (hormônio) chamado serotonina, são muito procurados, pois proporcionam a sensação de satisfação, plenitude, alegria dentre outras. O que poucos sabem, é que não é somente o chocolate que aumenta a serotonina em nosso organismo…A banana, por exemplo, tem o mesmo efeito. Por que então a tendência é que as pessoas acabem optando pelo chocolate?!
A experiência do seu humano com a comida não é apenas sensorial (a degustação, o sabor, o paladar que os alimentos proporcionam). Sua textura, formato, apresentação, temperatura, dentre outras características, também é levada em conta por nosso estado emocional do momento, mesmo que não se tenha consciência disso. Se alimentar consiste numa mistura de experiência sensorial (paladar, tato, olfato), mas também comportamental e emocional (o que vai se sentir comendo aquilo, qual o prazer que irá trazer, a sensação, a satisfação etc).
Até mesmo o local (restaurante, festas) onde se ingere determinados alimentos faz toda a diferença para algumas pessoas, afinal o contexto precisa estar afinado, em sintonia com a experiência de se ingerir aquele alimento. Ou seja, quando tudo combina, faz mais sentido, mais há mais razões em nosso cérebro que justificam comer aquilo naquele momento. Entendemos ser apropriado.
Algumas docerias, cafeterias, entre outros estabelecimentos, já comercializam certos alimentos (geralmente sobremesas e doces) colocando-os numa categoria nomeada “confort food“, justificando a ingestão de um bolo ou brownie, por exemplo, para sentir-se reconfortado. Aquela experiência será aconchegante. Será que tudo isso realmente traz às pessoas uma sensação de acolhimento e bem-estar? Bem, pelo menos essa é a intenção, e acredito que ela seja alcançada, mesmo que suas consequências sejam muito mais amplas que a alegria sentida no momento.
Pois bem, e os outros alimentos? Conforme colocado no início do texto, será que existem alimentos que podem nos ajudar com outras habilidades mentais?
O brócolis comprovadamente nos auxilia com nossa memória, por exemplo. Além de possuir outros nutrientes e vitaminas que ajudam de outras maneiras nosso corpo, como o ácido fólico, as fibras ea vitamina A.
Já o abacate, em algumas pesquisas, mostrou ser um bom aliado à qualidade de sono das pessoas. Portanto, quem sofre com sono agitado, insônia, dentre outros distúrbios do sono, pode passar a contar com a ajuda do abacate. Nutricionistas apenas alertam para a quantidade que será ingerida e frequência, pois mesmo com sua gordura boa, o abacate é bastante calórico.
Essa tal gordura boa, também pode ser consumida ao comermos algumas nozes e castanhas, que também precisam ser ingeridas com bastante moderação, ou por exemplo no azeite extra-virgem. Tudo tem sua melhor maneira de ser ingerido e tudo isso por ser esclarecido por nutricionistas.
Voltando a nossa heroína, a serotonina, além da sensação de bem-estar e saciedade, ela também tem a função reguladora de apetite, por isso, não só é prazerosa sua ingestão, como também importante. Outros dois exemplos de alimentos que aumentam sua produção, é o salmão e a linhaça, que são ricos também em ômega 3, muito importante para nossa saúde!
Contudo, é necessário deixar uma observação fundamental à todos nesse artigo: a serotonina, ao contrário do que pode imaginar, é muito mais produzida em nosso intestino, do que no cérebro. Portanto, há que se prezar, antes de mais nada, por um bom funcionamento do intestino. Ficar constipado(a) (com intestino preso por certo tempo), fará você se sentir muito mal. É daí que vem o termo “enfezado”, pois há fezes acumuladas em seu organismo, algo que precisa ser eliminado.
E por falar em irritabilidade, mal humor, outro alimento que pode ajudar muito nesse sentido, é o gérmen de trigo. Em sua composição, ele também conta com nossa amiga e aliada serotonina. Ele é encontrado nos farelos de trigo, ou então nas famosas granolas e cereais que sempre vemos nos mercados e lojas de artigos naturais e saudáveis.
Ainda busca por outra solução para se sentir mais calmo? A lentilha por exemplo tem efeito tranquilizante, porque é precursora da gaba, neurotransmissor que também interfere nos sentimentos.
Seguindo com o artigo da Discovery Mulher, eles colocam: “(…) as emoções e comportamentos afetam as decisões nutricionais, como a quantidade e o tipo de alimento. Por exemplo, uma pessoa com depressão pode ter falta de apetite e pular refeições, o que aumenta a ansiedade e a irritabilidade.
Da mesma forma, certos alimentos afetam nossas emoções e comportamento. Por exemplo, a cafeína induz a um estado de alerta e dificulta o sono. O consumo excessivo provoca insônia, o que pode aumentar a ansiedade e levar a pessoa a comer para aliviar o mal estar.”
Portanto, aquilo que você sente, o levará a escolher o que quer comer, propositalmente, buscando aliviar suas tensões, seu estresse e tristeza.
Eles continuam: “Brigar com o namorado e tomar um sorvete de chocolate em vez de solucionar o conflito, por exemplo, é uma forma de compensação emocional. Comer quando estamos tristes, deprimidos ou insatisfeitos proporciona uma sensação passageira de bem-estar, mas não resolve o verdadeiro problema: o sofrimento interno.” E sobre isso abordamos mais em outros artigos já mencionados aqui no Blog.
Esteja atento às suas decisões e saiba diferenciar quando é realmente seu corpo que precisa daquele alimento ou sua mente e seus sentimentos que clamam pela ingestão de um doce. Outro artigo que traz esse ponto de vista e que pode ajudar e discernir e compreender o que de fato você vem fazendo consigo mesmo(a), é este da revista Mente & Cérebro: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_intima_relacao_entre_comida_e_humor.html
Espero que essa leitura tenha lhe trazido, de alguma maneira, um novo pensamento, conhecimento ou despertado seu interesse em entender melhor como e com qual qualidade você realmente tem se alimentado. Se lhe ajudou, pode ser que ajude mais pessoas, então compartilhe-o com seus amigos e familiares! Grande abraço!
Autora: Natália Ceará – Psicóloga, Palestrante & Criadora do curso Autêntica-Mente, cujo intuito é que você performe com autenticidade na vida e na carreira. Estruturado a partir de mais de 13 anos de experiência (como profissional autônoma e celetista) e que utiliza ferramentas e técnicas de autoconhecimento e inteligência emocional para garantir resultados sólidos e mensuráveis.
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Referências:
- Artigo Discovery Mulher: “A relação entre a comida e as emoções”. Link: http://discoverymulher.uol.com.br/saude/a-relacao-entre-a-comida-e-as-emocoes/
- Artigo Mais Equilíbrio: “Os alimentos e o controle das emoções”. Link: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/os-alimentos-e-o-controle-das-emocoes-1935.html