Nesta segunda e penúltima parte, focaremos nossa atenção na modalidade de constelar mais comum e conhecida: a de grupo. Ela exige bastante atenção, são diversas etapas, portanto, haverá um último artigo, em 30 de junho, onde publicarei as etapas de solução finais das Constelações em Grupo! Boa leitura!
Falando da Constelação em grupo:
Num primeiro momento, o coach ou terapeuta esclarece o problema ou a questão do cliente. São então escolhidos representantes entre os membros do grupo: a constelação é montada e se desenrola progressivamente até a sua solução, ou até o momento em que fica evidente que sua solução é impossível – que é, de certo modo, uma solução à parte. Podemos introduzir um ritual de encerramento de sessão, assim como conselhos sobre a maneira de integrar aquilo que a constelação revela.
O Criador da Constelação Sistêmica Familiar:
Hoje, quando se faz menção à terapia familiar sistêmica, pensa-se em Bert Hellinger e seu método das constelações familiares. Hellinger nasceu na Alemanha em 1925. Trabalhou como missionário na África do Sul entre os zulus durante dezesseis anos, período em que foi ao mesmo tempo padre e diretor de uma escola de tamanho considerável.
Na qualidade de sacerdote, viu-se diante dos costumes, dos rituais e da música zulus. Uma formação ecumênica somada a dinâmica de grupo fundada no diálogo, na fenomenologia e na experiência humana marcou para ele uma etapa decisiva. Depois de 25 anos como padre, deixou sua congregação religiosa, voltou a Alemanha e partiu para uma formação em psicanálise.
Hellinger estudou inúmeras abordagens terapêuticas, algumas baseadas na respiração e no corpo, na Gestalt, na análise transacional, na terapia familiar sistêmica, em constelações familiares, na programação neurolinguística, em terapia provocativa e na terapia do abraço.
Ele qualifica seu método de fenomenológico. É um método profundamente empírico, cujo estudo experimental lhe permitiu descobrir inúmeras leis que governam nossa vida e nosso destino. Quando Hellinger aborda a questão dessas leis, ele se recusa a ser categórico, com medo de alienar sua preciosa liberdade para evoluir e aprender. Ele incessantemente põe à prova essas leis, como o fazem todos aqueles que praticam as constelações. Elas são validadas, adaptadas e até mesmo revogadas por seu método fenomenológico.
O Passo-a-Passo de uma Constelação em Grupo:
1ª etapa
A definição do problema
O terapeuta pergunta ao cliente qual é o problema, ou seja, ele quer saber o que o leva a uma constelação familiar. A informação que o terapeuta procura é então puramente factual. Ele não está interessado na história, em interpretações, julgamentos e explicações que a acompanham. O problema pode ser, por exemplo: “Não consigo me sentir feliz” – “Tenho câncer” – “Meu filho é deficiente”- “Não consigo cuidar do meu pai idoso sem tomar o seu lugar no sistema” – “Tenho depressão”.
O fundamento do método fenomenológico consiste em se concentrar nos fatos, naquilo que é. Quando um cliente diz: “Minha mãe não me ama”, ele dá um a interpretação do comportamento de sua mãe. O profissional tentará obter informações factuais ao lhe perguntar, por exemplo: “Como é que você sabe disso?”
O cliente não tem como saber. O que esse trabalho nos ensina é que quando uma criança se sente mal-amada, sua mãe se acha envolvida ou comprometida num esquema de bloqueio, que a impede de dar livre curso a seu desejo de ser uma mãe amorosa. O que as constelações familiares revelam é a verdade fundamental que mantém a situação dolorosa.
Uma vez formulado o problema, a pergunta que surge com mais freqüência é: “O que se passou na sua família?”
ESTUDO DE CASO
O terapeuta: “Qual é o seu problema?”
A cliente: “Vivo um relacionamento positivo e, no entanto, não consigo me sentir feliz.”
O terapeuta: “O que se passou na sua família?”
A cliente: “Minha mãe perdeu um filho. Isso aconteceu antes do meu nascimento.”
O terapeuta: “Quanto tempo antes do seu nascimento?”
A cliente: “Dois anos.”
Para muitos terapeutas, essas informações são suficientes para começar. Outros desejarão saber mais e farão mais perguntas.
O terapeuta: “Você tem irmãos e irmãs?” A cliente: “Sim, um irmão mais velho e uma irmã caçula.”
O terapeuta: “Como vão eles?” A cliente: “Minha irmã divorciou-se no ano passado e meu irmão está sempre com problemas de saúde.”
O terapeuta: “Você sabe o sexo da criança que seus pais perderam?”
A cliente: “Não.”
O terapeuta: “Seus pais continuam juntos?”
2ª etapa
A escolha dos representantes
A cliente escolhe os participantes para representar os membros selecionados da família e para representá-la. Normalmente, no início de uma constelação, o terapeuta se prende a um número mínimo. No nosso exemplo, ele chama os representantes da cliente, de seu companheiro e de seu irmão morto.
O terapeuta pode, ao longo do trabalho, integrar outros representantes. Neste caso, em particular, trata-se provavelmente dos pais da cliente, de seu irmão e de sua irmã que ainda vivem. Isso, entretanto, não é de nenhum modo obrigatório, já que cada constelação é única e jamais podemos predizer com certeza o desenrolar de uma constelação.
3ª etapa
Montagem da constelação
O terapeuta pede à cliente que disponha os representantes no espaço e que lhes transmita uma orientação que dê conta das relações que uns mantêm com os outros. A cliente se concentra profundamente, coloca-se atrás de cada representante, um após o outro, pega-os pelos ombros e os move lentamente até que cada um se encontre numa posição que lhe convenha. A colocação dos representantes em seus lugares se faz intuitivamente, sem reflexão. É na atribuição de seus lugares que a constelação emerge e que um campo de energia autônomo se cria.
Uma vez formada a constelação, a cliente senta-se entre os participantes e observa o que se passa.
Pode acontecer que o terapeuta monte a constelação familiar ou que uma cliente seja sua própria representante. Em nosso exemplo (ver diagrama 1 a seguir), a cliente instala os representantes dela mesma (C1), de seu falecido irmão (†F) e de seu companheiro (C). Ela os dispõe de modo que a sua representante olhe na direção do seu irmão morto, e que os representantes de seu companheiro e do seu irmão morto olhem para sua representante.
A constelação mostra que a atenção da cliente está focalizada no irmão morto, enquanto a do seu companheiro está direcionada para ela. Certamente, o diagrama não pode refletir as expressões de seus representantes, mas elas certamente são visíveis para o terapeuta, a cliente e os membros do grupo. Todos podem ver o olhar terno trocado entre a cliente e seu irmão morto assim como o olhar inquieto que seu companheiro lhe lança.
Diagrama 1 (Livro: A Constelação Familiar em Sua Vida Diária – Joy Manné)
C1 = a representante da cliente
†F = o representante do irmão morto
C = o representante do companheiro da cliente
No artigo que postarei no próximo dia 30, em junho, exporemos a última parte dessa dinâmica. Da 4ª etapa da Constelação em diante, a solução para o caso tratado começa a ser configurada e formatada. Esperamos que estejam gostando e conseguindo aprender um pouco mais a respeito deste universo e de maneira de tratar conflitos e questões que todos nós, seres humanos, temos em nossas vidas! Até 30/06!
- Texto extraído e adaptado do livro: A Constelação Familiar em Sua Vida Diária – Joy Manné
Natália Ceará, thanks so much for the post. Much thanks again. Really Cool.
Thank you for reading and for joined us in our Blog! The 3rd part of this article, about Familiar Constelations, will be posted in june 30th.
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