E por que não nos representaria? Vamos aprofundar isso?!
Você já deve ter passado por alguma situação em que você mesmo(a) não se viu como gostaria de ser vista(o), ou foi julgado(a) de maneira muito diferente do que se apresentou ou quis transpassar, muitas vezes até de forma oposta ao que você buscava repassar aos outros com seu jeito, sua forma de se vestir, de falar, com suas opiniões etc.
Vivemos numa época em que rótulos têm caído por terra, contudo, há ainda muitos julgamentos, como por exemplo: ser gordo significa que a pessoa não é saudável, come mau e é sedentária. Ser magra representa saúde e beleza (menos quando se trata de alguém com anorexia/bulimia). Se você se veste de preto, de maneira mais “largada”, com certeza é revoltado com a vida e só gosta de Rock, se dança e gosta de funk, então deve ser uma mulher burra, e se não gosta é “do contra” ou chata. Se tem um rosto com traços delicados, com certeza é meiga e calma, e por aí vai.
Estereótipos vem limitando a capacidade de se relacionar há muito tempo e é preciso se livrar dos pré-conceitos e “achismos” que nos foram impostos ou que se é aprendido desde pequeno em casa, pelas famílias ou até mesmo com professores, demais cuidadores, religiões etc.
Pessoas são muito mais que suas aparências, que seus gostos, suas opiniões, e bem mais complexas do que podem aparentar. É uma pena que, mesmo no século em que nos encontramos, sabendo que somos seres de muitas facetas, ainda seja tão relevante as breves impressões que somos capazes de detectar e que não representam, obviamente, quase nada da completude de uma pessoa.
CONSEQUÊNCIAS DESVANTAJOSAS DESSE MODELO DE SOCIEDADE:
Esse tipo de confusão ou “desvio” que ocorre entre nossas reais intenções e o COMO o outro nos interpreta, pode afetar, em determinado grau, a força de uma identidade e personalidade, resultando em questionamentos, desafetos, desequilíbrio emocional, enfim, nos colocando em dúvida se realmente temos sido autênticos, espontâneos e verdadeiros. Afinal, em nossa tola inocência, também aprendemos a sempre buscar fazer sentido para os outros.
A sociedade no geral e nossa cultura lida com o óbvio, com que é fácil de interpretar, mas nós, seres humanos, nunca fomos nem seremos simples nem fáceis ou comuns.
ESCLARECENDO: Uma coisa é quando distorcem propositalmente o que falamos ou fazemos, ou seja, houve uma interpretação correta, mas resolveram se utilizar de nós para chegar a outro fim, de interesse do interlocutor ou de outros.
Porém, outra situação (também muito frequente), é quando há uma limitação na conexão, simplesmente pois não se quer ter o trabalho de analisar os fatos e as pessoas com maior riqueza de possibilidades, ou seja, acaba-se tendo um entendimento errôneo do que transmitimos ou do que nos foi transmitido. E isso ocorre em demasia, a todo instante, justamente por estarmos há séculos acostumados a pré-julgar, interpretar as pessoas e situações de maneira superficial e incompleta.
ONDE QUERO CHEGAR COM ESSA REFLEXÃO?
O recado que pretende-se deixar com esse texto é: não se fixe nos primeiros pensamentos que surgirem acerca de de alguém ou de alguma coisa/situação. Esgote possibilidades, comunique-se melhor com as pessoas, repense seus ideais, seus posicionamentos, posturas e opiniões!
Nem sempre a impressão que queremos deixar é verdadeiramente repassada ou comunicada com êxito, pois as pessoas raramente esforçam-se para captar de fato o que está havendo (e com a velocidade e pressa que a vida tem ocorrido nos últimos tempos, isso só tem piorado).
Portanto nossos ouvidos e mentes precisam trabalhar mais, estarem mais atentos, mais calmos, mais focados, menos atarefados, menos comprometidos com mil pensamentos e decisões diferentes. Há que se acalmar as mentes, para poder-se contemplar e compreender melhor cada momento e relação.
As pessoas nunca foram tão reativas, apressadas, impacientes e, ao mesmo tempo, descontentes, irritadas, fechadas e doentes emocionalmente (seja pela ansiedade com que se vive, ou pela depressão, dentre outras doenças, resultantes desse modelo de vida atual).
FICA A DICA E O CONVITE: Vamos praticar mais nossa observação e curiosidade e evitar o quanto pudermos o julgamento e a pressa em entender e configurar as pessoas à nosso modo? Tenho certeza que você também gostaria que fizessem o mesmo contigo! 😉