Região cerebral ativada pelo sentimento é capaz de provocar reações no corpo que afetam nosso bem-estar
O ciúme é algo comum quando se vive um relacionamento. Enquanto alguns experimentam esse sentimento em um nível saudável, que não gera qualquer prejuízo para si ou para a relação, outros podem senti-lo de forma mais intensa, sofrendo com os impactos emocionais e até físicos que ele gera.
Por que sentimos ciúme?
A explicação para os muitos efeitos causados pelo ciúme vem da neurociência e da reação que ele provoca em nosso cérebro. O ciúme tem origem na sensação de insegurança, de inferioridade e do medo que a outra pessoa encontre alguém mais interessante.
Existem vários fatores que fazem com que esse sentimento apareça, principalmente o que a pessoa pensa de si mesma. Na maioria das vezes, ela não se sente suficiente e pode enxergar o seu companheiro como uma ameaça, acha que ele não é fiel, gerando, assim, uma desconfiança dentro do relacionamento.
O ciúme, entretanto, é um sentimento normal em uma relação, é como um cuidado no relacionamento. O ciúme normal é transitório e surge por um motivo real, por exemplo: medo de perder a pessoa amada. O problema está quando esse ciúme se torna algo patológico, que faz mal de verdade. É o caso do ciúme doentio. Nesse caso, ele desencadeia distúrbios emocionais, como a ansiedade e a depressão, e a pessoa tende a ter um comportamento autodestrutivo.
Ciúme provoca dores
Outro aspecto curioso do ciúme é que ele tem a capacidade de provocar dor física – geralmente uma dor no peito. A neurociência diz que o ciúme ativa uma parte do cérebro com mais intensidade, que é o córtex cingulado anterior (CCA). Essa é uma área também correlacionada às dores físicas do corpo.
Por sinal, essa região cerebral é a mesma ativada quando estamos com inveja, outro sentimento que também provoca impactos concretos no corpo, segundo revista científica. Por isso, é muito importante aprender a lidar com essas sensações, de forma a evitar consequências que comprometam nosso bem-estar.
Como controlar o ciúme
Para controlar o ciúme e não torná-lo um empecilho no relacionamento, aqui estão algumas dicas para quem deseja lidar melhor com o sentimento: o primeiro ponto é compreender que, ao se sentir sob ameaça, nem todo medo é real. Tem muitas coisas em volta que podem despertar seu ciúme, mas nem tudo está de fato está acontecendo.
Não se trata de enxergar a pessoa ciumenta como alguém descontrolado, mas, sim, partir do pressuposto que o medo e a insegurança devem ser investigados e entender se o sentimento tem realmente sentido. Antes de qualquer coisa, pergunte: isso que estou sentindo está baseado na realidade? É uma ameaça real? Ou é só uma sensação comigo mesmo? Quando chegamos à conclusão de que não tem a ver com o outro, o próximo passo é trabalhar essas questões de insegurança.
Entretanto, se algo no relacionamento for detectado, o melhor é demonstrar o que te faz mal na relação – mas nunca com ataques. Quando o ciúme é normal, um bom diálogo entre o casal consegue resgatar e manter a confiança e a harmonia.
Em uma relação, quando um dos lados sempre está desconfiando de tudo, e o outro lado não está fazendo nada para desencadear isso, essa situação desgasta o relacionamento, diminuindo o valor da pessoa diante do(a) parceiro(a).
Quando a frequência e a intensidade desse ciúme são incontroláveis, é fundamental buscar ajuda especializada para se tratar. Caso a situação não seja resolvida entre o casal, existe a possibilidade de investir na psicoterapia – tanto a individual, quanto a terapia de casal.
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